Em resposta ao crescente número de ataques, o movimento indígena brasileiro tem expandido, cada vez mais, suas lutas para as arenas jurídica e internacional, com especial atenção às questões hídricas. Minha pesquisa investiga o que as lutas indígenas pela água em âmbito internacional nos dizem sobre os mecanismos de governança ambiental global em um contexto de mudanças climáticas. Para isso, examino como advogados indígenas formulam estratégias e realizam ações em organizações intergovernamentais lançando mão do conceito indígena de "água como vida", e como ele se relaciona com a noção legal de "água como direito" predominante nesses espaços institucionais. Ademais, me interessa como as questões climáticas aparecem nessas lutas indígenas, focando em sua dimensão legal e prática e nos emaranhados entre questões hídricas, direito internacional dos direitos humanos, direitos indígenas e burocracia que emergem nas ações internacionais realizadas por advogados indígenas.