A invenção de macacos, ou por que macacos não são neutros: Notas parciais sobre etoecologia e cosmopolítica na primatologia
Mateus Oka

Resumo: Fundamentado em uma pesquisa realizada com primatólogas da Universidade de São Paulo que estudam macacos-prego, este artigo busca refletir sobre as condições de feitura dos saberes científicos entre tais pesquisadoras. As histórias e as publicações de uma primatóloga em particular, a docente que lidera o grupo acompanhado, serão o foco de discussão. Com o auxílio da ideia de “invenção” de Roy Wagner – suspendendo a “cultura” como um objeto definido a ser escrutinado –, o texto procura dar atenção às práticas de conhecimento operadas tanto pela cientista como pelos macacos. A hipótese formulada é que uma condição de “sujeito” dos macacos-prego é fundamental para esta primatologia. Assim, o artigo propõe introduzir e desdobrar as histórias das relações tecidas entre a pesquisadora e os macacos-prego, ancorando a reflexão nos caminhos de coprodução dos saberes científicos.

Palavras-chave: ciencia, conhecimento, primatas, humano-animal

Edição, volume, número
v.48 n.2
Ano
2023
Periódico
Anuário Antropológico
Páginas
1-19
ISSN/ISBN
2357-738X
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