A pesquisadora Amanda Horta, pós-doutoranda no PPGAS da UFSCar, vinculada ao Métis, participa dos Encontros Sexta do NAnSi, organizado pelo Abaeté/NAnSI.
A apresentação intitulada Do manejo da escassez ao manejo da abundância: pensando com os xinguanos no asfalto e na floresta, ocorre no dia 10 de maio, às 14 horas, no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS/UFRJ), Rio de Janeiro.
Confira o resumo da apresentação:
Costurando conversas ocorridas no Território Indígena do Xingu e em cidades do entorno, essa apresentação se propõe a pensar com os xinguanos sobre os modos e meios através dos quais pessoas indígenas e não indígenas se veem umas às outras. O ponto de partida é uma etnografia realizada na cidade de Canarana (MT), onde pessoas vindas do Território Indígena do Xingu falavam com frequência sobre a avareza dos brancos. Para elas, o paradoxo era evidente: o branco, o “povo da mercadoria”, criador do dinheiro de papel, age o tempo todo como se nada tivesse. Mais que mesquinhos, o mundo dos brancos seria definido pelo "racionamento", pelo manejo da escassez. Tais formulações sugerem que as vidas indígenas, suas ações e criações, não se movem pelos mesmos princípios. Com Clastres e contra o Estado, contra o controle e a falta, os indígenas do TIX se esforçam por manter abertas suas possibilidades de existência. Mas como se atualizam, hoje, no TIX cercado de soja, essas possibilidades abertas? Na aldeia e na cidade, o abismo entre os entendimentos indígenas e não indígenas da palavra manejo, apontam os primeiros caminhos para uma investigação.