O documentário como etnografia de uma luta infinita: assentamento e expulsão no Acampamento Capão das Antas (São Carlos, SP)
Júlia Aricó Savarego

O presente artigo propõe uma discussão metodológica para lidar com problemas de uma etnografia do processo de reintegração de posse enfrentado pelo Acampamento Capão das Antas — ocupação rural localizada em São Carlos (SP). A questão mobilizada ao longo de todo texto diz respeito às técnicas de visualização utilizadas para etnografar contínuas histórias de expulsão que se encontram na própria possibilidade do assentamento. A partir das relações entre ocupantes e os muitos documentos que fazem expulsão e permanência, deslindo três propostas metodológicas: performatividade da escrita como parte do movimento de luta infinita do Capão das Antas, no qual fazer alianças é imprescindível; contraposição entre a invasão do Direito nas vidas do Capão das Antas e a ocupação feita da linguagem proprietária da Lei pelas/os moradoras/es do acampamento; explicitação, através da noção de documentário, da ‘ressonância de ritmos’ que percorre, na luta, Antropologia, Direito e Acampamento.

Edição, volume, número
15 (2)
Ano
2024
Periódico
R@U
ISSN/ISBN
2175-4705
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