Fejos Postdoctoral Fellowship in Ethnographic Film
Documentário realizado por pesquisador do Métis é destaque no blog da Wenner-Gren

Lucas Marques (USP), pesquisador de pós-doutorado do Métis, dirige o documentário No caminho de Ogum, contemplado com a Fejos Postdoctoral Fellowship in Ethnographic Film, promovida pela Wenner-Green. 

A produção foi destaque no blog da instituição, a matéria completa pode ser conferida no site

 

“No caminho de Ogum” é um documentário longa-metragem que acompanha os caminhos forjados por José Adário dos Santos, mais conhecido como “Zé Diabo”. Aos 76 anos de idade, ele é um dos últimos e mais conhecidos ferreiros de orixá de Salvador, Bahia, além de ser sacerdote do candomblé e um reconhecido artista negro contemporâneo. Há mais de 60 anos ele produz sublimes esculturas de ferro conhecidas como ferramentas de orixá, artefatos que, após uma série de preparações técnicas e rituais, tornam-se os próprios deuses materializados. Para realizar o seu ofício, Zé Diabo afirma que deve seguir o “caminho de Ogum”, divindade do ferro, das estradas, da guerra e dos conhecimentos tecnológicos e agrícolas. Toda a sua linhagem familiar é descendente deste orixá, que remete diretamente aos povos iorubá e ao trabalho sagrado dos ferreiros. O filme busca acompanhar a criação de um artefato-deus, ao mesmo tempo em que Zé Diabo recria, por meio da memória e de encontros com ferreiros em outros territórios do Brasil e do Benin, a sua própria trajetória artística e religiosa. Assim, ao seguir os caminhos de Ogum, o documentário trata sobre a memória, as tecnologias afro-diaspóricas e as histórias emaranhadas entre deuses, pessoas e coisas nas religiões de matriz africana.

No caminho de Ogum