Texto do pesquisador do Métis e coordenador do eixo 5 (Criação e destruição: ciência e política no Antropoceno), Prof. Stelio Marras (USP), está presente no Caderno de Resumos Expandidos da "1ª Jornada filosofias ocultas: bruxaria como cultura, ciência e política".
Resumo: Seres como bruxas ou bruxos, ou o fenômeno da bruxaria, tais ontologias existem? É nessa pergunta–que é uma pergunta muito própria dos modernos–que eu gostaria de me concentrar Se é preciso, como de fato me parece, contornar essa pergunta sobre a existência de tais seres e fenômenos, é igualmente necessário, antes, saber contorná-la, saber atacar as suas premissas afim de justificar a recusa em se operar com elas, e não simplesmente recusar sem mais. Evitar uma tal pergunta pode até aparentemente denotar bons modos, uma qualquer cortesia acadêmica, mas etiqueta epistêmica essa (talvez uma proteção, antes de mais nada) que frequentemente descamba em prejuízo para o conhecimento, e mesmo, por revés, à diplomacia, resultando apenas numa morna e improdutiva tolerância.
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