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Tenho buscado aproximar Antropologia e Sinologia desde minha etnografia das artes marciais chinesas em São Paulo. Em minha atual pesquisa, o interesse é pensar as concepções de criação no kungfu/taijiquan, atento ao modo como as diferenças e variações técnicas têm lugar nela, a despeito do argumento de parte dos estudiosos que defendem não haver o conceito de criação na civilização chinesa, pois que em suas artes imperariam processos de repetição, imitação e reiteração da tradição. Minha principal interlocução é junto ao Shàoshèng Centro de Cultura Oriental e sua comunidade pedagógica, a partir do qual a pesquisa tem seu ponto de dispersão para investigar a circulação e a produção da técnica e da memória – caminho que enseja a análise tanto das matrizes chinesas de seus estilos de luta, como também da composição dos inventários técnicos que são cultivados na cidade de São Paulo, a partir de conexões e peregrinações do Brasil à China e da China ao Brasil.