Baseada tanto nas críticas levantadas por uma antropologia-para-além-do-humano, interessada na vida/natureza, que vem pensando diferentes sujeitos como emaranhados entre espécies, quanto em trabalho de campo, minha pesquisa explora conceitual e comparativamente questões recentes da Etnologia Indígena, da Etnoecologia e dos chamados Estudos Multiespécie, a fim de discutir as práticas de conhecimento relativas aos animais e a floresta nas socialidades amazônicas. Etnograficamente, a partir de um debate sobre caça e criação/cuidado, que é central na teoria antropológica amazônica, a pesquisa se volta para as formas de ação e conhecimento Awá Guajá (povo indígena do leste amazônico) relativas a floresta, em geral, e, em específico, à diversas espécies de primatas que se relacionam - em especial, o bugio/capelão (Alouatta belzebul) - frente a grandes e rápidas mudanças que as pessoas da aldeia estão experimentando, seja através da chegada da escola, da entrada de recursos financeiros oriundos da compensação ambiental da mineradora Vale, além de um agudo processo de destruição de seus territórios.
Uirá Felippe Garcia
uira.garcia@unifesp.br
Afiliação
UNIFESP
Antropólogo, Professor da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), desenvolve pesquisa junto aos Awá-Guajá, do Maranhão. É membro do Centro de Estudos Ameríndios (CEstA) da Universidade de São Paulo, e do Núcelo de Antropologia Simétrica (NAnSi) do PPGAS do Museu Nacional/UFRJ.
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