
Em minha pesquisa atual, procuro compreender em que medida a categoria “popular” (e termos correlatos como “povo” e “nacional-popular”) acionada no período de maturação da chamada MPB (Música Popular Brasileira) pode ser repensada sob o ponto de vista das imagens produzidas pelo fotógrafo estadunidense David Drew Zingg. Animado pela “vocação transversal” delineada no Projeto Temático Artes e Semânticas da Criação e da Memória, aproximo os estudos antropológicos sobre música e fotografia de uma antropologia da técnica, tendo por base a ideia de criação em um sentido expandido. Em vez de encará-la como atividade restrita ao espírito humano, a criação converte-se aqui em uma perspectiva etnográfica capaz de enfrentar alguns antagonismos basilares de certa visão hegemônica sobre a música popular brasileira, tais como arte vs. tecnologia e originalidade vs. imitação