
Realizo pesquisa etnográfica no Centro Histórico de São Luís (Maranhão, Brasil) sobre as chamadas visagens – nome popularmente concedido aos fantasmas, espíritos ou presenças sentidas pelas pessoas. As visagens se manifestam em forma de sons (vozes, sussurros, barulhos), ações (movimentar portas, janelas, objetos), toques em pessoas, objetos ou ambientes. Investigo as relações entre a materialidade e intangibilidade a partir de uma etnografia feita especialmente com vigilantes de museus locados em casarões históricos, busco pensar como arcos, pedras, poços ou pequenos monumentos são associados as visagens cotidianamente. Nesse sentido, interesso-me sobre as construções de sentidos atribuídas as visagens e como reverberam em narrativas sobre memórias, colonização e transformação do patrimônio da cidade.