O conceito de huellas de africanía foi introduzido por Nina de Friedemann e Jaime Arocha nos anos 1980, gerando críticas por uma suposta essencialização das culturas afro-americanas. Neste artigo, proponho uma revisão desse conceito, partindo de uma pesquisa em Tumaco, Colômbia, sobre os encontros entre distintas práticas religiosas afro-americanas. Foco nos diversos caminhos traçados pelo orixá Changó na região, entidade presente em várias religiões de matriz africana nas Américas. Acompanho etnograficamente como, por meio dessa entidade, um grupo de pessoas em Tumaco buscou retomar territórios existenciais e (re)criar práticas religiosas africanas na Colômbia. Ao seguir os rastros de Changó, concluo com uma reflexão sobre a ideia de “rastros”, pensando-a não como simples sobrevivências de um passado histórico, mas como virtualidades que podem ser atualizadas, caminhos que podem ser retomados e reativados em um processo propriamente cosmopolítico.
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